Canto de Oxum / Inscrição

O Chamado das Águas: A Devoção e a Cultura em 'Canto de Oxum / Inscrição'

A música 'Canto de Oxum / Inscrição', interpretada por Maria Bethânia, é uma homenagem à cultura afro-brasileira e às divindades do candomblé e da umbanda, em especial à Oxum e Iemanjá, orixás femininos associados às águas doces e salgadas, respectivamente. A letra da música é uma mistura de louvação e narrativa mítica, entrelaçando elementos da religiosidade afro com a poesia lírica.

O início da canção fala sobre o desejo de retornar para viver momentos não aproveitados junto ao mar, simbolizando talvez uma conexão espiritual não realizada ou uma vida não plenamente vivida. O refrão 'Yèyé e yèyé, o’șorò odò' é um canto em iorubá que exalta a deusa Oxum, rainha das águas doces, e sua relação com o mar, elemento de fé e profundidade emocional. A repetição desses versos evoca a reverência e a contemplação diante do sagrado.

A segunda parte da música descreve Iemanjá, a Rainha do Mar, com seus diversos nomes e atributos, revelando a riqueza cultural e a diversidade de representações dessa figura mítica. A letra detalha o que ela gosta, onde mora e como é celebrada, especialmente no dia 2 de fevereiro, data dedicada a ela no sincretismo religioso brasileiro. A música, portanto, é um convite para conhecer e respeitar essas tradições, além de ser um lembrete da beleza e do poder das divindades femininas nas águas.