La Cucaracha

Sátira política e cultura popular em “La Cucaracha”

"La Cucaracha", na versão do Mariachi Vargas de Tecalitlán, vai além de uma simples canção folclórica: ela usa a figura da barata como uma metáfora versátil para criticar políticos e exaltar a resistência das mulheres revolucionárias. Um dos exemplos mais marcantes é a referência ao presidente Victoriano Huerta, quando a letra diz que a "cucaracha" não pode mais andar porque lhe falta "marihuana que fumar" (maconha para fumar). Essa frase faz uma crítica bem-humorada ao suposto consumo de maconha por Huerta, servindo como sátira durante a Revolução Mexicana.

A música também traz elementos históricos importantes, citando personagens como "las barbas de Carranza" (as barbas de Carranza) e "el señor Francisco Villa" (o senhor Francisco Villa, ou Pancho Villa), líderes revolucionários da época. Essas menções reforçam o tom irônico e descontraído da canção, que brinca com a rivalidade entre figuras públicas. O refrão repetitivo e fácil de lembrar ajudou a transformar "La Cucaracha" em um hino popular, usado tanto para entretenimento quanto para crítica social. Por fim, a passagem "ya la llevan a enterrar entre cuatro zopilotes y uno que otro gavilán" (já a levam para enterrar entre quatro urubus e um ou outro gavião) ironiza o destino dos derrotados na política ou na guerra, mantendo o tom leve e satírico que tornou a música tão marcante.