Cristal

A Fragilidade do Amor e a Passagem do Tempo em 'Cristal'

A música 'Cristal', composta por Mariano Mores, é uma expressão melancólica e introspectiva sobre a fragilidade do amor e a inexorável passagem do tempo. A letra revela a dor de um coração partido, a ansiedade e o desassossego que acompanham noites insones. A repetição da frase 'Cuantos... Cuantos años han pasado' (Quantos... Quantos anos se passaram) ressalta a sensação de tempo perdido e a transformação física e emocional do eu lírico, evidenciada pelos cabelos grisalhos e pela vida que se tornou sombria.

A metáfora do amor sendo mais frágil que o cristal ilustra a delicadeza e a vulnerabilidade dos sentimentos que, uma vez quebrados, são difíceis de restaurar. O coração de cristal, o olhar e o riso da pessoa amada são lembranças que permanecem vivas na memória do narrador, apesar da separação e da perda. A imagem do balcão onde os sentimentos tremiam suavemente evoca a juventude e a timidez dos primeiros momentos de amor, contrastando com a solidão e o esquecimento do presente.

A música termina com uma resignação trágica, aceitando que tudo acabou e que o passado não pode ser recuperado. A 'tarde de minha ausência' simboliza o momento da separação, e a consciência de que o retorno é impossível. A esperança de um reencontro, talvez no além, junto a Deus, é o último fio de conexão com o amor perdido, mantendo o espírito do eu lírico eternamente atado à sua juventude e ao amor que uma vez viveu.