Every Baby Needs A Da-Da-Daddy

Ambiguidade e charme em “Every Baby Needs A Da-Da-Daddy”

A música “Every Baby Needs A Da-Da-Daddy”, interpretada por Marilyn Monroe, explora de forma divertida a ambiguidade do termo “daddy”. Na cultura americana dos anos 1940, “daddy” podia significar tanto um pai protetor quanto um amante ou homem provedor. Essa dupla interpretação aparece nos versos em que a personagem deseja não só carinho e proteção, mas também segurança financeira e presentes, como em “Bringin' home his baby little diamond toys” (Trazendo para casa brinquedinhos de diamante para seu bebê) e na referência à joalheria Tiffany's, antecipando o glamour que Monroe exibiria em sua carreira.

O tom da canção é leve e sedutor, marcado por diminutivos e expressões infantis como “baby doll” e “da-da-daddy”, que criam uma sensação de vulnerabilidade e charme. Ao mesmo tempo, há uma ironia quando a personagem diz não se importar se o pretendente é rico ou pobre, desde que “if he hasn't got a million then a half will do” (se ele não tiver um milhão, meio milhão serve), mostrando que o interesse material está presente, mas tratado com humor. As menções a “Red Ridin' Hood” (Chapeuzinho Vermelho) e aos “wolves” (lobos) do bairro reforçam a ideia de que, em um mundo cheio de perigos, toda mulher precisa de alguém que a proteja – seja um pai literal ou um “daddy” no sentido adulto. A performance de Monroe, com figurino brilhante e cenário luxuoso, destaca essa mistura de inocência e desejo, antecipando o carisma que marcaria sua trajetória.