Purge The Poison

Crítica social e ambiental em “Purge The Poison” de MARINA

Em “Purge The Poison”, MARINA adota a perspectiva da Mãe Natureza para denunciar problemas como capitalismo, patriarcado e negligência ambiental, tratados como "venenos" que precisam ser eliminados da sociedade. Logo no início, com “All my friends are witches / And we live in Hollywood” (Todas as minhas amigas são bruxas / E nós moramos em Hollywood), ela sugere uma irmandade feminina que desafia normas sociais e busca transformação, remetendo à união de mulheres historicamente marginalizadas para proteger o planeta e curar danos causados por sistemas opressivos.

A letra faz referência a eventos culturais marcantes, como a crise de Britney Spears em 2007 e o escândalo de Harvey Weinstein, para mostrar como o machismo e a exploração midiática prejudicam mulheres e perpetuam injustiças. Ao dizer “Capitalism made us poor / God, forgive America for every single war” (O capitalismo nos deixou pobres / Deus, perdoe a América por cada guerra), MARINA critica a desigualdade do sistema econômico e a responsabilidade dos Estados Unidos em conflitos globais. O refrão “Need to purge the poison from my system / Until human beings listen” (Preciso expurgar o veneno do meu sistema / Até que os seres humanos escutem) reforça a urgência de uma mudança coletiva, tanto interna quanto social.

A canção também destaca a baixa representatividade feminina no poder (“We only make up one quarter of the government” – Nós representamos apenas um quarto do governo) e propõe uma regeneração baseada no resgate do feminino e na valorização da natureza. Metáforas como “Earth is like a white rose” (A Terra é como uma rosa branca) e “Owning female power / Taking back what's ours” (Assumindo o poder feminino / Recuperando o que é nosso) expressam o desejo de um mundo mais justo e equilibrado. Assim, “Purge The Poison” se apresenta como um manifesto direto, que convoca à reflexão e à ação diante das crises sociais, ambientais e de gênero.