Cícero e Marina (A José lbsen)

Dualidade e simbolismo em "Cícero e Marina (A José Ibsen)"

Em "Cícero e Marina (A José Ibsen)", Marina Lima explora a complexidade das relações humanas por meio da repetição e variação das palavras "cobra", "dobra", "sobra" e "sombra". Esses termos são usados para descrever tanto Cícero quanto Marina, sugerindo que ambos possuem múltiplas facetas e exercem diferentes influências sobre o "paraíso" da narradora. A palavra "cobra" faz referência direta à serpente bíblica, símbolo clássico de tentação e transformação, indicando que essas figuras trazem elementos que desafiam e movimentam a harmonia do ambiente em que estão inseridas.

As variações "dobra", "sobra" e "sombra" ampliam o significado, mostrando que essas pessoas não apenas perturbam, mas também complementam, excedem e deixam marcas profundas. O contexto da música, dedicada a José Ibsen e fruto da parceria entre Marina Lima e seu irmão Antonio Cícero, sugere uma reflexão sobre relações próximas, onde cumplicidade e desafios caminham juntos. A repetição de "ele/ela é a cobra" reforça a ideia de que essas pessoas são essenciais, mas também complexas, trazendo inquietação e profundidade à vida da narradora. Assim, a canção aborda a dualidade das relações íntimas, mostrando como o outro pode ser fonte de prazer, conflito e transformação.