Canção do Não Tempo de Lua

A Resistência Poética em 'Canção do Não Tempo de Lua' de Mário Lago

A 'Canção do Não Tempo de Lua' de Mário Lago é uma obra que reflete a angústia e a desesperança de um período marcado por conflitos e incertezas. A letra da música é um lamento sobre a dureza da vida em tempos de guerra e opressão, onde os sonhos são interrompidos e a esperança parece distante. O eu lírico pede compreensão à sua amada por sua falta de palavras e gestos românticos, justificando que o contexto em que vivem não permite tais demonstrações de afeto.

A repetição da pergunta 'Criança é bonito? É / Mulher é bonito? É / A lua é bonito? É / A rosa é bonito? É' seguida pela constatação de que tudo depende da vontade da 'bomba' é uma metáfora poderosa. A 'bomba' aqui representa a guerra, a violência e a opressão que ditam as regras da vida e da morte, dos sonhos e das realizações. A beleza das coisas simples e naturais é ofuscada pela ameaça constante de destruição, e a vida cotidiana é permeada pelo medo e pela incerteza.

No entanto, a música também carrega uma mensagem de resistência e esperança. No final, o eu lírico clama por uma mudança, afirmando que 'vai ser tempo de ver lua e tirar rosa do pé'. Essa mudança é apresentada como uma conquista coletiva, onde a vontade das pessoas pode superar a opressão e trazer de volta a beleza e a esperança. A canção, portanto, é um chamado à ação e à resistência, um lembrete de que, mesmo nos tempos mais sombrios, a luta pela liberdade e pela beleza da vida deve continuar.