Desamor (part. GSON)

Ruptura e autodescoberta em "Desamor (part. GSON)" de Mariza

Em "Desamor (part. GSON)", Mariza une o fado à força do rap de GSON para explorar o fim de um relacionamento sob diferentes perspectivas. A música vai além do amor romântico, tratando o desamor como uma experiência universal de perda, desencanto e autodescoberta. Isso se conecta à proposta do álbum "Amor", em que Mariza destaca que "o amor não é só o físico, vai muito além disso". Assim, a canção amplia o olhar sobre o sentimento, mostrando que o desamor também faz parte do processo de amadurecimento emocional.

A letra alterna entre a melancolia do fado e a sinceridade do rap, evidenciando a dor de perceber que alguém que já foi importante – "mais que um corpo despido", "mais que uma tentação" – agora representa apenas o vazio. O verso "o sangue cai devagar / de feridas feitas por amar" usa a imagem da ferida para mostrar o sofrimento emocional, enquanto a repetição de "eu já não sei se vale a pena" expressa dúvida e cansaço diante de um relacionamento desgastado. GSON traz elementos de identidade e origem, como em "cigano preto" e "fiel a tudo que aprendi no presépio", sugerindo que amor e desamor também envolvem questões de pertencimento e valores pessoais. Ao afirmar "a entrega é suja não é erudita", a música contrapõe a idealização do amor à realidade imperfeita das relações. No final, a decisão de não esperar mais e buscar o que há "depois do infinito" simboliza a necessidade de seguir em frente, mesmo diante da incerteza, reforçando o tom introspectivo e resignado da canção.