Boom, Like That

“Boom, Like That”: Ray Kroc, expansão e competição

Em “Boom, Like That”, Mark Knopfler assume a voz de Ray Kroc e dá a ela timbre de vendedor implacável. Ele pinça frases da autobiografia “Grinding It Out” e transforma a canção num pitch de negócios. O refrão fixa marca e credo predatório ao mesmo tempo: “Kroc with a K... dog eat dog, rat eat rat” (Kroc com K... cão come cão, rato come rato). A mensagem é clara: gravar o nome, padronizar o produto e executar sem hesitar, com golpes rápidos e certeiros.

A narrativa acompanha a virada em San Bernardino, quando Kroc vê a operação dos irmãos McDonald: “These boys have got this down” (Esses caras dominam isso). Ele enxerga escala e eficiência — “Oughta be one of these in every town” (Devia ter um desses em cada cidade) e “clean as a whistle and it don’t cost much” (limpíssimo e não custa muito) — ancoradas em um “friendly name” (nome simpático) igual em cada franquia. Da persuasão — “You gentlemen ought to expand... what about me?” (Os senhores deviam expandir... e quanto a mim?) — ao desfecho histórico — “we build it up and I buy ’em out” (a gente faz crescer e eu compro a parte deles) — Knopfler narra a expansão e a compra. A ética é dura: “Sometimes you gotta be a S.O.B... Competition send ’em south, if they’re gonna drown put a hose in their mouth” (Às vezes você tem que ser um F.D.P.... Mande a concorrência para baixo; se eles vão se afogar, enfie uma mangueira na boca deles). As imagens “Do not pass Go” (Não passe pela Saída) — referência ao Monopoly/Banco Imobiliário — e “I smell that meat hook smell” (Sinto aquele cheiro de matadouro) misturam consumo pop e abatedouro. A citação “grind it out” (ralar sem parar) liga a letra ao livro de Kroc e resume a lógica: sucesso por suor, padronização e ataque ao concorrente, sem romantismo.