What It Is

Retrato nostálgico de Edimburgo em “What It Is”

Em “What It Is”, Mark Knopfler constrói um retrato detalhado e nostálgico de Edimburgo, indo além de uma simples homenagem à cidade. Ele utiliza referências históricas e culturais locais, como o Castelo de Edimburgo, a Pedra do Destino e o Canongate Tolbooth, para criar uma atmosfera que mistura o cotidiano atual com ecos do passado. Isso mostra como a identidade da cidade é formada tanto pela sua história quanto pela vida presente nas ruas e tavernas. O contraste entre a animação dos bares e a frieza dos monumentos aparece em versos como “There's frost on the graves and the monuments / But the taverns are warm in town” (Há geada nos túmulos e nos monumentos / Mas as tavernas são quentes na cidade), destacando a diferença entre a vitalidade humana e a permanência silenciosa da história.

A música também aborda temas de solidão e busca por conexão, como nos versos “Everybody's looking for / Somebody arms to fall into” (Todo mundo procura / Alguém em cujos braços possa cair) e “God knows what I could do with you” (Deus sabe o que eu poderia fazer com você). Essas passagens mostram o desejo de pertencimento, mesmo em meio à agitação da cidade. Imagens como o gaitista solitário e as “ghosts and the ancient stones” (fantasmas e pedras antigas) reforçam a presença constante do passado. Ao citar personagens folclóricos como Wee Willie Winkie e figuras históricas como Dirty Dick, Knopfler ancora a narrativa em elementos culturais que enriquecem a sensação de tempo e lugar. Assim, “What It Is” se torna uma reflexão sensível sobre a vida em Edimburgo e a aceitação da realidade, expressa no refrão: “It's what it is” (É o que é).