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Meu Quarto Escuro e Cinza

Marsu Frontini

Escrevo para mim, pra todos como um só
Peço perdão se magoei, alguém ao meu redor
Só um minuto, pra eu fechar a janela, que já vai escurecer
Como venta forte aqui

Será que alguém se importa, nem param pra ouvir
Tantos olhares que ignoram, se afastam daqui
Só imagine, como dói ser invisível, e deixar de existir
Dentro da multidão

Converso com as paredes, elas sabem me ouvir
Está tão tarde e eu cansei, anseio tanto um fim
Queria tanto, que isso tudo fosse apenas, um desses sonhos ruins
E poder acordar

As pequenas, felicidades incertas, delírios coletivos
Conflitam nos meus sonhos, assombram minha alma
Demônios me rodeiam, desesperos me viciam
Alimentam meus fantasmas, refletidos na janela
Ainda estou aqui

Procuro esperança, nos lugares sombrios
Em meu quarto escuro e cinza, meu mundo é tão vazio
Se foram tantas primaveras já nem lembro, a meses não faz Sol
Está tão frio aqui

Me perco em pensamentos, estou a adormecer
Me desfazendo em conta-gotas, sentindo a falência
Num silêncio, resta o grito de socorro, estilhaços pelo chão
Ainda estou aqui

E as pequenas, felicidades incertas, delírios coletivos
Conflitam nos meus sonhos, e assombram minha alma
Demônios me rodeiam, desesperos me viciam
E alimentam meus fantasmas, refletidos na janela
Ainda estou aqui

A vista do horizonte não se abriu, nem o Sol veio me visitar
Não basta a janela se abrir, é preciso aprender olhar

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