exibições de letras 6.700

Lisboa menina e moça

Martinho da Vila

LetraSignificado

    No castelo
    Ponho o cotovelo
    Em Alfama
    Descansa o olha
    E assim desfaz-se o novelo
    De azul e mar
    À ribeira encosto a cabeça
    Almofada
    Na cama do Tejo
    Com lençóis bordados à pressa
    Na cambraia de um beijo

    Lisboa menina moça, menina
    Da luz que meus olhos vêem tão pura
    Teus seios são colinas, varina
    Pregão que me traz a porta, ternura
    Cidade a ponto-luz bordada
    Toalha a beira-mar estendida
    Lisboa menina e moça, amada
    Cidade mulher da minha vida

    No terreiro eu passo por ti
    Mas da graça eu vejo-te nua
    Quando um pombo te olha, sorri
    És mulher da rua
    E no bairro mais alto do sonho
    Ponho fado que soube inventar
    Aguardente de vida e medronho
    Que me faz cantar

    Lisboa menina e moça, menina
    Da luz que meus olhos vêem tão pura
    Teus seios são colinas, varina
    Pregão que me traz a porta, ternura
    Lisboa do meu amor deitada
    Cidade por minhas mãos despida
    Lisboa menina e moça, amada
    Cidade mulher da minha vida


    Na praça da Figueira
    Ou no jardim da estrela
    Num fogareiro aceso é que ela arde
    Ao canto do outono
    À esquina do inverno
    O homem das castanhas é eterno
    Não tem eira nem beira nem guarida
    E apregoa como um desafio
    É um cartucho pardo a sua vida
    E se não mata a fome mata o frio

    Um carro que se empurra
    Um chapéu esburacado
    No peito uma castanha que não arde
    Cai a chuva nos olhos
    E te um ar cansado
    O homem que apregoa ao fim da tarde
    Ao pé de um candeeiro acaba o dia
    Voz rouca como o trapo da pobreza
    Apregoa pedaços de alegria
    E à noite vai dormir com a tristeza

    Quem quer quentes e boas quentinhas
    A estalarem cinzentas, na brasa?
    Quem quer quentes e boas quentinhas ?
    Quem compra leva mais amor pra casa

    A mágoa que transporta
    É miséria ambulante
    Passeia pela cidade o dia inteiro
    É como se empurrasse o outono adiante
    É como se empurrasse o nevoeiro
    Quem sabe a desventura do seu fado?
    Quem olha para o homem das castanhas ?
    Nunca ninguém pensou que ali ao lado
    Ardem no fogareiro dores tamanhas

    Composição: Fernando Tordo / Paulo Carvalho. Essa informação está errada? Nos avise.

    Comentários

    Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

    0 / 500

    Faça parte  dessa comunidade 

    Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Martinho da Vila e vá além da letra da música.

    Conheça o Letras Academy

    Enviar para a central de dúvidas?

    Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

    Fixe este conteúdo com a aula:

    0 / 500

    Opções de seleção