HÁ HÁ

Ironia e ostentação descontraída em “HÁ HÁ” de Mateca

Em “HÁ HÁ”, Mateca utiliza a ironia para destacar o contraste entre o luxo exagerado e a naturalidade com que lida com situações extravagantes. Logo nos primeiros versos, o artista brinca com a ideia de precisar de um helicóptero para um momento íntimo ou de usar um relógio diferente para cada tarefa, mostrando que o luxo faz parte de sua rotina. Frases como “dinheiro pinga, parece minha pia” e “minha mala só carrega luxo & CIA” reforçam essa ostentação debochada, enquanto “a onda espalha igual uma bactéria” sugere que seu estilo de vida é contagiante e se espalha facilmente entre as pessoas ao redor.

A música também explora um jogo de poder e desejo nas relações, evidenciado em versos como “o que me faz bem é dominar você” e “minha noiva vai jogar até Nike no véu”, misturando referências de status, moda e sensualidade. As menções a marcas de luxo e bebidas sofisticadas, como Chanel, Louis Vuitton, Nike, vinho rosé e whisky, servem tanto para exibir riqueza quanto para criar um clima de exclusividade e sedução. Apesar da ostentação, Mateca adota um tom autocrítico e bem-humorado, como em “minha roupa tá rasgada, parece que eu vim de uma guerra” e “eu merecia até um prêmio Nobel”, mostrando que não se leva tão a sério. O refrão “há há” funciona como uma risada diante das convenções sociais, reforçando o tom irônico e despreocupado da faixa.