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Quando Abri a Boca Meu Bairro Abriu os Olhos

Matheus de Bezerra

Letra

    Essa orquestra de calibres baixos
    Vem desenhando partituras na cabeça dos irmãos
    A depender do bairro onde se nasce e morre
    Se sentir dor, ou dor das flores
    Se falam em dente-de-leão

    A associação dos poetas armados
    Que pelo alto sons dos tiros
    Não ouvem suas poesias
    Quando o policial nos mata e forja o nosso golpe
    É o jeitinho brasileiro de desenhar a guerra fria

    Psicologia dos corpos sem cérebro
    Onde o assunto é sempre a causa
    E o fim da vida, é sempre a cláusula
    A especulação imobiliária age nos necrotérios
    E é tão comum esse endereço, que o subúrbio se sente em casa

    Eutanásia institucional, nos aplicam o soro da inércia
    Vidas que só existe na internet
    E nós, queremos Nike, status, porches, money
    Mas sem um sobrenome gringo
    Nem mesmo possuimos nomes

    Isso não é um disco, é um produto
    Ligando bairros a um viaduto, um diamante bruto
    Dentro de uma lixeira lapidada, é a mãe do nada, é uma fábula
    É um livro com um espelho dentro, quem lê, sempre tá no centro
    Se nos atinge, é sentimento


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