Anxiety (feat. BLP KOSHER)

Ansiedade, fé e coexistência em “Anxiety (feat. BLP KOSHER)”

Em “Anxiety (feat. BLP KOSHER)”, Matisyahu encara a ansiedade sem romantizar a fuga. O refrão “I’m not high, you see / It’s the way I see” (Eu não tô chapado, tá vendo / é assim que eu vejo) aponta para uma mudança de perspectiva, não para entorpecimento. As imagens “light another tree / take some time to breathe” (acender outro baseado / tirar um tempo pra respirar) misturam alívio imediato com técnicas de respiração, enquanto “There’s no fight in we” (não há briga entre nós) busca paz interna e coletiva. Ao aproximar judeus e palestinos em “They ate halal while I kept kosher” (Eles comiam halal enquanto eu seguia kosher), ele transforma a faixa num manifesto simples e direto de coexistência.

Identidade e fé sustentam o discurso: “Big dreidel but I ain’t made up out of clay” (Grande dreidel, mas eu não sou feito de barro) brinca com a canção tradicional, e “Jerusalem if I forget you I’m a castaway” (Jerusalém, se eu te esquecer, sou um náufrago) reafirma suas raízes. A memória de convivência real aparece em “Long live my bra Adam he was Palestinian... we was really livin it” (Vida longa ao meu mano Adam, ele era palestino... a gente vivia isso de verdade). Há jogos de linguagem em “If I don’t bend, I might brake” (Se eu não cedo, posso quebrar), aludindo ao duplo sentido brake/break, e gíria jamaicana em “Lick another spliff” (bolar outro baseado). O verso de BLP KOSHER amplia o foco para a ansiedade social: “They say abortion laws wrong...” (Dizem que as leis sobre aborto estão erradas...), “Neo-Nazis... tryna kill a Jit” (Neonazistas... tentando matar um moleque), “They tryna tell me who I am, but I ain’t European” (Tentam me dizer quem eu sou, mas eu não sou europeu) e o trocadilho “tell ’em you’re a peeing” (diz pra eles que você tá mijando). Com “Anxiety, you won’t get the best of me” (Ansiedade, você não vai me dominar), a música afirma resiliência, propósito e comunidade.