FORA DE LAÇOS (part. Alee)

Liberdade e vivências urbanas em “FORA DE LAÇOS (part. Alee)”

Em “FORA DE LAÇOS (part. Alee)”, Matuê e Alee exploram o tema da liberdade e do descompromisso, tanto nas relações pessoais quanto no contexto da vida nas ruas. O título e o refrão, ao repetir a expressão “fora de laços”, deixam claro o desejo de se manter livre de vínculos e obrigações, seja sociais ou emocionais. O verso “nós faz armadilha por isso que o nego hoje anda fora de laço” reforça essa postura de não se deixar prender, mostrando que essa independência é uma escolha consciente diante das dificuldades do cotidiano. No entanto, a música também evidencia que essa liberdade tem seu preço, trazendo referências à violência e à necessidade de estar sempre alerta: “Na rua de baixo tem uma nove / Os pouco ontem tava lean / Eu tenho que manter minha mente sã, ultimamente tá um pouco difícil”. Esses trechos retratam o ambiente tenso das periferias, onde a sobrevivência exige atenção constante e resiliência emocional.

A colaboração entre Matuê e Alee destaca a fusão de estilos e experiências, com menções diretas a Fortaleza (“Andando pelas ruas de Fortal”) e à trajetória de Alee, que faz referência ao “faroeste, Padim Ciço”, evocando a cultura nordestina e a figura de Padre Cícero como símbolo de proteção e resistência. O uso de gírias e expressões como “fumando uma bomba” (consumindo maconha) e “ficando blase” (indiferente, anestesiado) reforça o clima de distanciamento emocional, típico do trap, e aponta para o uso de substâncias como forma de lidar com as pressões diárias. Assim, a música mistura relatos de vivência urbana, busca por liberdade e uma certa apatia diante das dificuldades, tudo embalado pela força do trap brasileiro contemporâneo.