Brasil 500

Contraste histórico e esperança em "Brasil 500" de Maurício Tizumba

"Brasil 500", de Maurício Tizumba, faz uma crítica direta à desigualdade social no Brasil ao confrontar a famosa carta de Pero Vaz de Caminha com a realidade atual do país. Ao citar "Aqui nessa terra tudo que se planta nasce, cresce e floresce", Tizumba destaca a diferença entre o potencial natural do Brasil e a persistência da miséria. O refrão "Deixa o povo plantar. Deixa o povo colher. Deixa o povo ser feliz. O Brasil não pode ter miséria!" reforça o apelo por justiça social e pelo direito do povo de acessar as riquezas do país.

A música também traz elementos da cultura afro-brasileira, especialmente do congado mineiro, presentes na expressão "Olorum, Xô miséria!". "Olorum" é a divindade suprema na mitologia iorubá, e sua menção representa um pedido de proteção e prosperidade. Ao pedir que a miséria se afaste, Tizumba une espiritualidade e crítica social, mostrando esperança em dias melhores. Assim, "Brasil 500" celebra a diversidade cultural e a fertilidade do país, ao mesmo tempo em que denuncia injustiças históricas e propõe um futuro mais justo para todos.