Mandela

Identidade afro-brasileira e resistência em “Mandela”

A música “Mandela”, de Maurício Tizumba, utiliza deslocamentos geográficos e culturais para explorar a identidade afro-brasileira e a busca por pertencimento. Ao citar cidades como Sabará, em Minas Gerais, e Porto Seguro, na Bahia, além de países africanos como Senegal e Cabo Verde, Tizumba reforça a ligação entre a cultura afro-brasileira e suas origens africanas. Esse diálogo entre Brasil e África é um tema recorrente na carreira do artista e no álbum “África Gerais”. Elementos do cotidiano, como a sandália Havaiana gasta e o “cavalo de pau”, representam uma jornada marcada por desafios, mas também por criatividade e improviso, características presentes nas manifestações culturais afro-brasileiras.

O título “Mandela” e o refrão repetitivo — “Mandela vir. Mandela aqui. Mandela cá.” — evocam Nelson Mandela como símbolo de resistência, liberdade e orgulho negro. A repetição sugere que o espírito de luta e esperança de Mandela está presente em diferentes lugares e situações, acompanhando o personagem da música em sua trajetória. O tom leve e bem-humorado, com expressões como “baiana me vaiou” e reclamações ao “tutu” e ao “bispo de Itu”, mostra que, mesmo diante das dificuldades e rejeições, há espaço para o riso e a reinvenção. Assim, “Mandela” celebra a resistência cotidiana e a riqueza da cultura afro-brasileira, misturando referências locais e globais de forma acessível e envolvente.