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Firme nos Bastos

Mauro Moraes

Letra

    Um dia loco de bueno de piquetear o cavalo,
    Qualquer serviço na estância se ocupa ao cantar dos galos.
    Ajujo a erva do amargo com galhos de maçanilha
    E amanso a vista do encargo no engorde d'uma novilha.

    A rês está de sobreano e a vida é quem faz sinuelo
    Pra quem tropeia na lida e ainda aparta rodeio.
    Costeando algum gado manso, acalmo xucros e ariscos
    E agrupo junto à mangueira as xergas do meu ofício.

    Assento bem os arreios pro pingo não velhaquear,
    Pelego, carona, lombilho, cincha, badana e buçal.
    Com pose de capataz, torcendo as tiras do sovéu,
    Aparo as barras do dia debaixo do meu chapéu.

    No santa-fé do galpão, sinais de algum picumã.
    Tenteando a alma da prosa e as garras do amanhã…

    Maneando as mãos da saudade, pampeana dos milongueios,
    Lonqueio o pêlo do couro pra um barbicacho campeiro.

    Assim, tordilho as melenas mermando o peso do corpo
    E afrouxo o pé no estribo, templando os ferro no potro.
    E nunca entrego os pelegos compondo algum parelheiro,
    Na cancha reta da vida, dou trena inflando o peito.

    Talvez num final de tarde, talvez num clarear de dia,
    Eu deixe a porteira aberta pro campo lamber a cria…
    Talvez montado à capricho, talvez grudado nos bastos,
    Batendo o laço na cola com a soga quebrando o cacho.


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