Shimi

Conflito interno e redenção em "Shimi" de Maximum The Hormone

"Shimi", da banda Maximum The Hormone, explora temas de decadência, conflito interno e ressentimento, usando uma linguagem intensa e referências culturais japonesas. A música apresenta versos como “DARK SIDE RHYTHM dorei zouaku” e “STANDING UNDERGROUND REQUIEM DANCE”, que reforçam a sensação de viver à margem, dominado por impulsos negativos e por um ambiente corrompido. O videoclipe, ambientado em um conjunto habitacional abandonado com símbolos religiosos japoneses, aprofunda o clima de abandono espiritual e questionamento existencial, refletido na letra: “Kamigami no me wa sutarete ochiru tamashii no shimi” (os olhos dos deuses estão abandonados, a mancha da alma cai), sugerindo uma perda de orientação moral e divina.

A letra também aborda o peso do passado e a dificuldade de romper ciclos de dor e culpa, como em “hara ippai ni urami baiboro mouke reibai zense no uso ubai” (cheio de rancor, lucro de cadáveres, roubando as mentiras de vidas passadas). Essa passagem faz referência ao conceito de karma e retribuição, comuns na cultura japonesa, e é reforçada pela menção a “Jizou”, divindade protetora das almas, aqui associada à escuridão e ressentimento. O refrão destaca a ideia de carregar "shimi" (mancha, mácula), simbolizando cicatrizes emocionais e espirituais. O trecho “Jibaku sae hodoku ikusen no omoi” (até mesmo a autodestruição é desfeita por milhares de sentimentos) mostra que, apesar do desejo de fuga, as emoções humanas são complexas e persistentes. A colaboração com ATARASHII GAKKO! e a mistura de metal pesado com melodias pop intensificam a experiência, transformando angústia e rebeldia em uma reflexão sobre superação e crescimento diante das sombras.