Fim de Noite

Solidão e despedida em "Fim de Noite" de Maysa

Em "Fim de Noite", Maysa utiliza a metáfora do final da noite para retratar o término de um relacionamento. A noite, geralmente associada à intimidade e ao recolhimento, aqui representa o encerramento de um ciclo afetivo. Quando a letra menciona a "estrela" que vai embora, sugere a perda de um guia ou de uma esperança, reforçando o sentimento de solidão. O contexto da bossa nova, com sua atmosfera melancólica, intensifica essa sensação de separação, e a interpretação marcante de Maysa, conhecida por abordar temas de perda e desilusão amorosa, dá ainda mais profundidade à canção.

A repetição dos versos “E em cada dia, toda noite, eu sofri / Numa estrela da manhã, eu me perdi” destaca como a dor do rompimento persiste além do momento da separação, afetando todos os dias e noites seguintes. A "estrela da manhã" pode ser vista como uma nova esperança que, ao mesmo tempo, traz confusão e sensação de perda, mostrando que até os recomeços são marcados pela ausência do outro. Dessa forma, "Fim de Noite" constrói uma narrativa de despedida e saudade, usando o tempo e os astros para reforçar o vazio e o desencontro, temas centrais tanto na obra de Maysa quanto na tradição da bossa nova.