La Barca

A esperança e a dor da separação em “La Barca” de Maysa

Em “La Barca”, Maysa interpreta com intensidade a metáfora do barco que parte, símbolo da despedida e da esperança de reencontro. O verso “Hoy mi playa se viste de amargura / Porque tu barca tiene que partir” (Hoje minha praia se veste de amargura / Porque seu barco tem que partir) expressa de forma clara a dor de quem fica, enquanto a praia representa o espaço emocional tomado pela tristeza da ausência.

A composição de Roberto Cantoral, marcada pela experiência pessoal de separação, ganha ainda mais força na voz melancólica de Maysa. A letra destaca que a distância não apaga o sentimento: “Dicen que la distancia es el olvido / Pero yo no concibo esta razón” (Dizem que a distância é o esquecimento / Mas eu não aceito essa razão), mostrando a recusa em esquecer e a entrega ao amor, mesmo à mercê do outro. O trecho “Supiste esclarecer mis pensamientos / Me diste la verdad que yo soñé” (Você soube esclarecer meus pensamentos / Me deu a verdade que eu sonhei) revela como o amor trouxe clareza e sentido à vida do narrador. Por fim, a promessa de espera — “Piensa que yo por ti estaré esperando / Hasta que tú decidas regresar” (Pense que eu estarei esperando por você / Até que você decida voltar) — reforça o tom nostálgico e resignado, tornando “La Barca” um retrato sensível da persistência do amor diante da incerteza.