Bh No Topo #5 (part. MC Rick, MC Braian, MC Saci e MC Morena)

Cultura jovem e desejo em “Bh No Topo #5” de MC Anjim

“Bh No Topo #5 (part. MC Rick, MC Braian, MC Saci e MC Morena)”, de MC Anjim, vai além da exaltação da sexualidade e do hedonismo. A música retrata de forma direta a vivência da juventude periférica de Belo Horizonte, especialmente durante o isolamento social. A letra destaca o impacto da ausência dos bailes de funk, mostrando como o tédio e a saudade das festas levam os personagens a buscar novas formas de diversão e conexão social dentro de casa. Isso fica claro em versos como: “Tá com saudade dos bailes / Surtou no Twitter e falou pras colega / Vô ligar no Anjim pra ficar intocada / Fumando kunk dentro de casa”, onde o uso de gírias locais e a menção à maconha reforçam a autenticidade e o vínculo com a cena de BH, que é o foco da série “BH No Topo”.

A música também aborda, de maneira direta, temas como desejo, liberdade sexual e empoderamento feminino, ainda que sob uma perspectiva masculina e objetificadora. Trechos como “Ela espera o pai e mãe dormir / Bota o celular na estante / Escolhe o melhor shortinho / E a melhor playlist de funk / Grava e manda ela jogando / Com a bunda no movimento” mostram como as redes sociais e o envio de vídeos se tornaram parte do flerte e da autoafirmação. O refrão “Xereca maldita sempre cai na armadilha” sugere tanto a frequência dos encontros casuais quanto a ideia de que o desejo sexual sempre supera o autocontrole, funcionando como um duplo sentido. Ao citar DJs e MCs locais, a faixa reforça o sentimento de comunidade e celebra a identidade do funk de Belo Horizonte.