Ainda

Resistência e orgulho na favela em “Ainda” de MC Cabelinho

Em “Ainda”, MC Cabelinho utiliza o termo do título como uma afirmação de força e confiança, típica das favelas cariocas. Logo nos primeiros versos, ele deixa claro que, apesar da juventude, carrega consciência dos riscos e desafios do seu cotidiano: “Nós é novinho mas é perigoso / Não recomendo meu caminho se tu não quer se arrepender”. A música mostra como o baile funk funciona como espaço de lazer e resistência, onde a comunidade se reúne para celebrar, mesmo diante das dificuldades: “Atividade, hoje tem baile que o momento é de lazer / 'Tamo de pé até em dia de chuva”.

A letra retrata o dia a dia da favela com honestidade, destacando a união dos moradores e a economia informal, como em “Morador montando a barraquinha / Sorrindo atoa porque sabe: mais tarde vai faturar”. Ao mesmo tempo, aborda as tentações e perigos do ambiente, como o consumo de álcool, drogas e a busca por prazer. O verso “Nós 'tamo' um pelo outro / Se eles quer' confronto então deixa vim” reforça a ideia de coletividade e proteção mútua, além da constante tensão com ameaças externas. MC Cabelinho transforma essas experiências em versos diretos, valorizando a cultura da favela e incentivando outros jovens a persistirem, como ele mesmo destacou em entrevistas sobre o álbum.