Flores de Plástico (part. MC Lipi, MC Neguinho do Kaxeta e MC Paulin da Capital)

Crítica à falsidade e à busca por status em “Flores de Plástico”

A música “Flores de Plástico (part. MC Lipi, MC Neguinho do Kaxeta e MC Paulin da Capital)” de MC Hariel utiliza a metáfora das flores artificiais para criticar a superficialidade e a falsidade presentes nas relações sociais e na busca por status. Ao comparar pessoas e situações a “flores de plástico”, os MCs mostram como muitos preferem manter uma aparência impecável, mesmo que seja apenas fachada. O refrão destaca essa ideia ao repetir: “parece original, e o que parece não é”, deixando claro que a autenticidade é rara e que a maioria das relações são apenas imitações do que seria verdadeiro.

O contexto dos artistas, vindos das periferias de São Paulo, aprofunda a crítica social ao abordar temas como desigualdade, racismo e hipocrisia. Trechos como “político mentindo, povo sangrando no chão” e “desigualdade social, preço da condução” conectam a letra à realidade das comunidades, mostrando que a busca por ascensão social enfrenta barreiras impostas por um sistema desigual e por pessoas que valorizam mais a aparência do que a essência. A menção a “remédios tóxicos” amplia o debate para o consumo de soluções superficiais, sugerindo que a sociedade prefere anestesiar dores e conflitos em vez de enfrentá-los de verdade.

A música também utiliza expressões populares para ilustrar a desconfiança e a decepção com pessoas e instituições, como em “amigo é igual Invicta dourado, todo mundo tem, mas a maioria é falso” e “quem traiu Jesus andava com ele”. Essas passagens reforçam a ideia de que a traição e a falsidade podem vir de onde menos se espera. “Flores de Plástico” se destaca como um retrato direto da busca por autenticidade em um mundo marcado por aparências e interesses.