Luxúria Ou Trauma (part. Filipe Ret)

Superação e ambição em "Luxúria Ou Trauma (part. Filipe Ret)"

Em "Luxúria Ou Trauma (part. Filipe Ret)", MC Hariel utiliza a metáfora “Solta o pino da granada, que tá destravado” para ilustrar o momento em que sentimentos reprimidos e traumas antigos vêm à tona. A música explora como o desejo por itens de luxo pode ser tanto uma forma de ostentação quanto uma tentativa de preencher vazios deixados por dificuldades e ausências familiares. O contraste entre marcas famosas, como Nike, Gucci e Prada, e as lembranças de empregos humildes, como entregar pizza e lavar carro, destaca a tensão entre a busca por conquistas materiais e a superação das dificuldades da infância e juventude.

Hariel deixa claro que o consumo de bens de luxo pode ser interpretado de duas maneiras: como luxúria, um desejo de mostrar poder, ou como trauma, uma resposta às privações do passado. Isso fica evidente no trecho: “Pode ser luxúria, ou pode ser um trauma / Pode ser que seja psicose de crescer / Assistindo à compra desenfreada / Só imaginando quando eu ia ter”. Ao mesmo tempo, ele reforça que a verdadeira vitória está na superação e no orgulho das conquistas, não apenas nos objetos adquiridos. Filipe Ret complementa essa visão ao afirmar que nunca foi pelo “cordão de ouro” ou pelo “tênis”, mas sim pela força mental e pela capacidade de recomeçar, mesmo diante das dificuldades impostas pelo sistema. A música, assim, questiona se a busca pelo luxo é uma compensação por traumas ou apenas ambição, mas valoriza principalmente a resiliência e a evolução pessoal de quem veio de baixo.