LET'S GO (part. DJ GBR, MC Ryan SP, MC Marks, MC Kadu, MC Cebezinho, MC GP e MC Luki)

Superação e orgulho periférico em “LET'S GO” de MC IG

A música “LET'S GO (part. DJ GBR, MC Ryan SP, MC Marks, MC Kadu, MC Cebezinho, MC GP e MC Luki)” de MC IG utiliza a ostentação e o luxo não apenas como símbolos de status, mas como resposta direta às dificuldades e ao preconceito vividos pelos artistas das periferias. O refrão “Hoje é festinha só de quem passou sufoco” deixa claro que o acesso ao luxo e à diversão é uma conquista coletiva, reservada para quem superou adversidades, e não apenas uma exibição superficial de riqueza. Versos como “A favela venceu” transformam a ostentação em símbolo de vitória social e orgulho da comunidade.

A letra é marcada por gírias e referências culturais das quebradas de São Paulo, como “picadilha”, “bico” e “maloca”, além de menções a marcas de luxo (Lacoste, Hugo Boss, Mizuno Sorayama), carros importados (Porsche, Tiger 1200, Mercedão) e festas exclusivas. Esses elementos aproximam o público do universo dos MCs, mostrando que o sucesso é possível mesmo para quem veio de baixo. O trecho “Se tu lembra das tia brava / Que dizia nas antiga que tu ia da em nada” destaca o contraste entre o passado de discriminação e o presente de reconhecimento, enquanto menções a “pix”, “cartão black” e “Royal Salute” atualizam o discurso de ostentação para a era digital.

A música também explora duplos sentidos e metáforas ligadas à sexualidade e ao consumo, como em “Manda pix que a putífera rebola, quica e senta” e “Hoje ela tá aqui porque é folga do puteiro”, misturando celebração, irreverência e crítica social. A presença de vários MCs amplia as perspectivas, reforçando o tom festivo, descontraído e de superação coletiva típico do funk ostentação.