A Lua Me Viu Errar (part. Mc Don Juan, Mc Lele JP e MC Vine 7)

A noite, excessos e reflexões em “A Lua Me Viu Errar”

Em “A Lua Me Viu Errar (part. Mc Don Juan, Mc Lele JP e MC Vine 7)”, MC Joãozinho VT usa a lua como símbolo de uma testemunha silenciosa para os erros e excessos cometidos durante a madrugada. O verso repetido “A Lua me viu errar de novo com a piranha” destaca como essas atitudes impulsivas e aventuras noturnas se tornam um ciclo recorrente, quase um ritual sob o olhar cúmplice do luar. Essa escolha conecta a música ao contexto do álbum, que explora vivências noturnas e suas consequências na vida do artista.

A letra descreve o ambiente das festas urbanas na periferia, marcado por ostentação de marcas de luxo como “Armani black”, “Louis V” e “Aston Martin”, além do consumo de bebidas e drogas, como em “Gin, fumando Ice”. As relações são retratadas de forma direta e desapegada, como no trecho “Eu comi sua amiga não quer dizer que eu não te amo”, mostrando uma abordagem sem compromisso afetivo. O verso “Chama no três é par e para me agradar, ela dividiu” sugere a naturalização de experiências sexuais a três, reforçando o tom ousado e hedonista da música. Termos como “glockada” e “mestre da fuga” remetem à vivência periférica e à habilidade de lidar com situações de risco, mas aqui aparecem de forma mais leve e celebratória.

Apesar do clima festivo, o refrão e as menções à lua trazem uma autocrítica sutil, indicando que o narrador tem consciência das consequências de suas escolhas. Assim, a música equilibra ostentação, liberdade e uma melancolia discreta, refletindo sobre a repetição dos mesmos erros sob a luz da lua.