O Golpe (part. DJ Naldinho, MC Dia de Maldade, MC Kelvinho, MC Magal, MC PP da VS e MC Ryan SP)

Ironia e ostentação em “O Golpe (part. DJ Naldinho, MC Dia de Maldade, MC Kelvinho, MC Magal, MC PP da VS e MC Ryan SP)”

A música “O Golpe (part. DJ Naldinho, MC Dia de Maldade, MC Kelvinho, MC Magal, MC PP da VS e MC Ryan SP)” de MC Kapela se destaca por unir ostentação e referências diretas a crimes financeiros, usando gírias e metáforas para retratar um universo de malandragem e luxo. Um ponto importante é a ironia ao comparar as ações do grupo com figuras políticas envolvidas em escândalos, como nas frases “Até o Lula foi preso e nós do bonde não né?!” e “Tá parecendo o Temer dando golpe no Brasil”. Essas referências aproximam o cotidiano do crime retratado na música de eventos reais da política brasileira, sugerindo que o “golpe” não é exclusivo da periferia, mas também faz parte do cenário nacional.

O tom descontraído e provocador da letra, presente em versos como “O pai tá online, o foco é o golpe” e “Chama essas puta, vem que o pai tá online”, cria uma atmosfera de celebração do sucesso ilícito, onde o dinheiro se multiplica e o luxo é exibido sem reservas. Termos como “Raul 171” (referência ao artigo do Código Penal sobre estelionato) e “chupa-cabra” (gíria para dispositivos de clonagem de cartão) deixam claro o envolvimento dos personagens em fraudes financeiras. Ao mesmo tempo, expressões como “as piranha jogando, virou um harém” reforçam o estereótipo de poder ligado ao dinheiro fácil. Apesar do tom ousado, a música constrói uma narrativa fictícia, usando o humor ácido e a crítica social para retratar e questionar a glamorização da vida no crime no contexto do funk paulista.