Preferido (part. MC JhoJhow)

Relações e ostentação em “Preferido (part. MC JhoJhow)”

“Preferido (part. MC JhoJhow)”, de MC Kelvinho, retrata o cotidiano do funk paulista ao misturar ostentação, liberdade e relações passageiras. Logo no início, versos como “E um foguete é extraordinário / Mais um rolê pela Grande São Paulo” destacam o prazer de circular pela cidade e o estilo de vida acelerado, típico do subgênero DJC (Don Juan Cafajeste), do qual MC Kelvinho é um dos precursores. O termo “foguete” funciona tanto como gíria para carros potentes quanto como metáfora para a sensação de destaque social e euforia vivida nesses rolês.

A letra explora o desejo, o desapego e o status nas relações, principalmente com as mulheres, como em “E as cachorra empinando o rabo / Com sorriso no rosto de canto sarcástico” e “Tá disposta a sentar, é só me acionar / Que eu te garanto a maior satisfação”. Esses trechos reforçam o tom direto e urbano do funk, mostrando a autoconfiança dos MCs. O refrão “Eu sou seu preferido, o seu caso perdido / Eu sou a ilusão” resume o papel do artista como alguém desejado, mas ao mesmo tempo inalcançável e passageiro, reforçando o tema do desapego. MC Kelvinho costuma abordar essas narrativas, consolidando sua identidade no DJC.

A música também faz uma crítica ao interesse repentino de algumas pessoas pelo sucesso dos MCs, como em “Nunca olhou na minha cara e hoje chama de lindo / Vendo seu papo furado permaneço firminho”. Essa linha evidencia a mudança de status social e a superficialidade de certos relacionamentos. Assim, “Preferido” se destaca por unir celebração, crítica social e ostentação, com um tom descontraído e direto, característico do universo de MC Kelvinho e MC JhoJhow.