Set do Adão (part. Bruninho da Praia, Magal, Dena, Logri, Aires 085, Kawe, MC IG, Mariah e MC Don Juan)

Identidade e superação em "Set do Adão" de MC Kevin

Em "Set do Adão (part. Bruninho da Praia, Magal, Dena, Logri, Aires 085, Kawe, MC IG, Mariah e MC Don Juan)", MC Kevin e os convidados usam a figura do tatuador Adão e do estúdio Náutica como símbolos de conquista e pertencimento na cena do funk paulista. A tatuagem, mencionada em versos como “Fiz a tattoo de Cristo na náutica, que vai guiando os passos do moleque de quebrada”, representa não só um adorno estético, mas também uma marca de superação e vitória para quem veio da periferia. O título e as referências ao estúdio reforçam como a tatuagem se torna um troféu, marcando a trajetória de quem venceu obstáculos sociais.

A letra mistura ostentação — carros de luxo, joias, festas e viagens — com relatos de dificuldades e preconceitos enfrentados pelos artistas. Frases como “Eu nasci pobre, maloqueiro, playboy eu não nasci otário” e “Sou mais um maloqueiro que venceu e tá pesado” expressam orgulho pela ascensão social, enquanto a tatuagem simboliza essa transformação. O uso de gírias, menções a festas, drogas e mulheres faz parte do universo do funk, mas também carrega um tom de resistência e liberdade. Isso fica claro quando MC IG diz: “É fogo nos racista / Eu odeio a política, a polícia e que se...”, mostrando o enfrentamento ao racismo e à repressão.

A participação de vários nomes do funk paulista, incluindo MC Kevin, destaca a força coletiva e a união da cena. Cada artista compartilha sua história de luta, mas todos celebram a conquista de uma identidade marcada por coragem, autenticidade e superação.