Maltrata Minha Xota

Empoderamento e sexualidade feminina em “Maltrata Minha Xota”

“Maltrata Minha Xota”, de MC Lia, chama atenção pelo uso direto e explícito da linguagem sexual, característica marcante do funk brasileiro. A música inverte papéis tradicionais ao colocar a mulher como protagonista ativa do próprio prazer, algo já sinalizado no título, que utiliza uma expressão vulgar para a genitália feminina. Essa abordagem desafia tabus e reforça a tradição do funk de tratar a sexualidade de forma aberta e sem censura.

A letra detalha desejos e comandos durante o ato sexual, como em “Me bota de quatro / Maltrata minha xota / Socando me fode / Me bota de lado / Empurra com tudo / Machuca esse rabo”. O refrão repetitivo e os pedidos explícitos de prazer, como “Machuca, machuca, machuca / E me chama de puta”, destacam a busca por intensidade e transgressão, mas também celebram a autonomia sexual feminina. Ao expressar seus desejos de forma tão aberta, a personagem desafia estigmas sobre o comportamento sexual da mulher e subverte a ideia de “santinha” citada no início da música. O convite ao parceiro, inclusive mencionando o nome “Felipinho”, reforça a ideia de cumplicidade e consentimento, mostrando que, apesar do tom agressivo, a dinâmica apresentada é baseada em acordo mútuo e liberdade de expressão sexual.