Rap da felicidade

Desejo de dignidade e esperança em “Rap da felicidade”

“Rap da felicidade”, de MC Marcinho, traz no refrão “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci” um pedido simples, mas carregado de significado: o direito de viver com dignidade e segurança no próprio lugar de origem. Esse verso se tornou um símbolo de resistência e orgulho para quem vive nas favelas, refletindo a busca por respeito e reconhecimento em meio a adversidades históricas.

A letra aborda de forma direta problemas como violência e preconceito, evidenciados em trechos como “Eu já não sei o que fazer com tanta violência, eu sinto medo de viver” e “O pobre é humilhado, esculachado na favela”. MC Marcinho também critica a invisibilidade das favelas, como em “Nunca vi cartão postal que se destaque uma favela, só vejo paisagem, é muito linda e muito bela”, mostrando o contraste entre a realidade dos moradores e a imagem idealizada da cidade. O trecho “O povo tem a força, precisa descobrir, se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui” reforça a ideia de empoderamento coletivo, indicando que a transformação pode partir da própria comunidade. Assim, a música vai além de relatar dificuldades: ela é um manifesto por justiça, respeito e valorização da cultura das periferias.