Chá de Vida (part. MC Hariel)

Superação e denúncia social em “Chá de Vida (part. MC Hariel)”

Em “Chá de Vida (part. MC Hariel)”, MC Marks e MC Hariel usam a expressão "chá de vida" como uma metáfora para o processo de amadurecimento diante das dificuldades da periferia. O termo sugere um remédio amargo, mas necessário, para lidar com os desafios diários. No refrão, a ideia fica clara: “Nem que eu tiver que tomar um chá de vida, aprendendo a me superar”, mostrando que a superação não é fácil nem instantânea, mas exige aprendizado constante e resiliência. A música reflete as vivências reais dos artistas, ambos vindos de contextos marcados pela desigualdade social e pela luta por dignidade.

A letra faz críticas diretas ao sistema, apontando como ele mantém “o pobre mais pobre isolado” e valoriza o dinheiro acima da vida. Também denuncia a falta de oportunidades e a censura ao talento nas periferias. MC Hariel reforça essa crítica ao destacar que a violência e o tráfico não têm origem na favela, mas é nela que as consequências são mais sentidas: “Não é na favela que fabrica as droga / Não é na favela que produz as arma / Mas é na favela que o sangue inocente jorra”. Essa abordagem evidencia a injustiça estrutural e o estigma enfrentado pelas comunidades periféricas.

Apesar do tom de denúncia, a música traz uma mensagem de esperança. A metáfora do “jardineiro” que encontra flores em um “campo minado” mostra que, mesmo em meio à violência e ao sofrimento, é possível encontrar beleza e força para seguir em frente. “Chá de Vida (part. MC Hariel)” se destaca por unir crítica social, reflexão e incentivo à superação, traduzindo em versos a realidade de muitos jovens das periferias brasileiras.