Set da Menorzinha 1.0 (part. MC Marcelly, MC Luanna e Tasha & Tracie)

Afirmação e união feminina em “Set da Menorzinha 1.0”

“Set da Menorzinha 1.0 (part. MC Marcelly, MC Luanna e Tasha & Tracie)” destaca-se por transformar críticas e inveja em força para autoafirmação e união entre mulheres. As artistas utilizam o deboche e a ostentação não apenas como resposta às rivais, mas também como ferramentas para construir identidade e servir de referência para outras mulheres, especialmente as da periferia. Trechos como “Bonde das melhor do baile recusa imitação” e “Aproveita e olha bem pra você ter referência” deixam claro que autenticidade é o valor central do grupo, rejeitando qualquer tipo de submissão ou cópia.

A colaboração reúne mulheres com trajetórias marcadas por resistência no funk e rap, o que se reflete em versos como “Só gata no jet, chamei pro set só as que fecha” e “Aqui não passa talarica, não atravessa safada”. Esses versos reforçam a ideia de um círculo fechado, baseado em força e lealdade. Tasha & Tracie, conhecidas por abordar vivências periféricas e autoestima, trazem esse olhar ao citar conquistas: “Ainda conquistando bens, primeira casa foi recente / É como se fosse a segunda, primeira mansão foi na sua mente”. Aqui, ostentar não é só exibir bens, mas ocupar espaços antes negados às mulheres negras e periféricas.

O “baile” aparece como símbolo de poder e disputa. Ao repetir “Pode falar bem, pode falar mal / Mas lembra o nome da melhor do baile”, as artistas mostram que, independentemente das opiniões, já conquistaram seu espaço. O tom confiante e provocador, junto à recusa em dar atenção a críticas externas, reforça a mensagem de que o verdadeiro poder está na autenticidade, no apoio mútuo e na resistência.