Sistema (Tá Tudo Vigiado)

Vigilância e resistência em "Sistema (Tá Tudo Vigiado)"

"Sistema (Tá Tudo Vigiado)", de Mc Orelha, retrata o cotidiano dos moradores do PPG, uma comunidade do Rio de Janeiro, marcados pela sensação constante de vigilância e desconfiança em relação à polícia. O verso “190 no PPG não é bem-vindo” deixa claro o repúdio à presença policial, resultado de experiências de opressão e violência. A atuação do BOPE, citada na música, é associada ao medo e à repressão, como em “Oprimindo morador, trazendo cheiro de morte” e “Acertando inocente, e fica por isso mesmo”, mostrando que a presença policial não resolve a violência, mas perpetua um ciclo de insegurança.

A letra também menciona o Comando Vermelho (CV) e o tráfico de armas, evidenciando a influência do crime organizado na comunidade. No entanto, Mc Orelha vai além do confronto entre polícia e facção ao afirmar “Quem pode acabar com a guerra não quer que a guerra acabe”. Aqui, ele sugere que existem interesses institucionais que lucram ou se beneficiam da continuidade do conflito. O trecho “Tá tudo vigiado, o sistema tá sorrindo” reforça a ideia de que o verdadeiro controle está nas mãos de um sistema que observa e manipula, enquanto a população permanece presa em um ciclo de violência e falta de liberdade. Ao finalizar com “RL Paz, Justiça e Liberdade”, o artista expressa o desejo por respeito, autonomia e o fim da criminalização dos moradores da comunidade.