Fui Mlk (part. Nilo)

Reflexão sobre liberdade e imaturidade em “Fui Mlk (part. Nilo)”

“Fui Mlk (part. Nilo)”, de MC Paiva ZS com participação de Nilo, aborda de forma direta a imaturidade e o hedonismo do narrador, que assume ter priorizado o prazer e a liberdade sexual em vez de um relacionamento sério. Logo no início, o verso “Eu sei que eu fui moleque, errei, tá bom, confesso” mostra uma autocrítica, mas sem arrependimento profundo, indicando que as escolhas foram conscientes, mesmo que inconsequentes. O trecho “Eu só penso em sexo, eu amo a putaria / E você vinha com esse papo de monogamia” evidencia o conflito entre o desejo de liberdade e a expectativa de compromisso, tema central da música.

A canção ganhou destaque nas redes sociais pela honestidade crua e pelo retrato de uma masculinidade desapegada, o que gerou respostas de artistas como Clau e Nath Fischer, que inverteram o discurso original. Nilo, um dos intérpretes, já declarou que a persona da música não reflete sua vida real, reforçando o caráter performático e até irônico de versos como “Melhor um cachorro sincero do que um príncipe que um dia vai te enganar”. A letra também faz referências à cultura digital e ao universo do funk, citando “gatinha do OnlyFans” e “famosa do TikTok”, para ilustrar o ambiente de ostentação e conquistas.

No fim, “Fui Mlk (part. Nilo)” retrata uma fase de busca por prazer imediato e autoindulgência, sem esconder as consequências e a autopercepção de quem reconhece os erros, mas não demonstra vontade de mudar. A música se destaca por transformar essa postura em um sucesso e provocar debates sobre relacionamentos, responsabilidade afetiva e a separação entre persona artística e vida pessoal.