Modo Rajada (part. Guigan, MC Davi, MC Don Juan, MC GH do 7, MC GP, MC IG, MC Lugu, MC Luki e MC Ryan Sp)

Ascensão e ostentação em “Modo Rajada” no funk paulista

"Modo Rajada (part. Guigan, MC Davi, MC Don Juan, MC GH do 7, MC GP, MC IG, MC Lugu, MC Luki e MC Ryan Sp)", de MC PH, vai além da exaltação do hedonismo e da ostentação. A música funciona como um retrato coletivo da ascensão social e do empoderamento dentro da cultura do funk paulista. A letra traz referências explícitas à sexualidade, festas e consumo de luxo, mas também revela, nas entrelinhas, a busca por reconhecimento e status em um ambiente marcado por desafios sociais. O refrão repetitivo – “Ela gosta de frente e de costa, eu vou de rajada / Ela joga com toda força, o bumbum granada” – reforça o clima de festa e desejo, ao mesmo tempo em que sugere uma celebração da liberdade corporal e da autonomia feminina, mesmo que sob uma ótica masculina e objetificante.

A colaboração entre MC PH e outros grandes nomes do funk paulista é essencial para entender o significado da música. Ela celebra a força coletiva do gênero, mostrando como artistas de diferentes regiões se unem para criar um som que representa a periferia de São Paulo. As menções a dinheiro, carros de luxo, procedimentos estéticos e festas – “Aonde tem dinheiro sempre tem piranha”, “No baile é nóis que poca / Os foguete é nóis que toca” – refletem tanto a ostentação típica do funk quanto a realidade de quem conquistou espaço e poder através da música. Ao mesmo tempo, há um tom de deboche e ironia ao abordar relações superficiais e interesse material, como em “Ela paga de certa, mas ela é piranha / De carro ela posa, a pé nem olha pra você”. Assim, a música mistura diversão, crítica social e autoafirmação, traduzindo o cotidiano e as aspirações de quem vive e faz o funk paulista.