Assanhadinha (part. MC Durrony)

Liberdade e identidade no funk em “Assanhadinha (part. MC Durrony)”

“Assanhadinha (part. MC Durrony)”, de POCAH, transforma experiências pessoais de transgressão na juventude em um símbolo de liberdade e pertencimento à cultura do baile funk. Ao narrar situações como “Fugi de casa pra ir pro baile da RQ / Amiga, se minha mãe ligar / Tu fala eu tô com você”, POCAH resgata sua adolescência em Duque de Caxias, mostrando o desejo de se divertir e a cumplicidade entre amigas para burlar as regras familiares. O baile da RQ, citado na letra, é um evento real e tradicional da região, o que reforça a autenticidade e a ligação direta com as raízes do funk carioca, especialmente no contexto do EP “A Braba É Ela”.

A música cria uma atmosfera de festa e liberdade usando expressões do cotidiano, como “pulei o muro e de shortinho” e “vou passar sarrando, jogando o cabelo neles”, que destacam a autoafirmação e a liberdade corporal. Gírias como “sarrando” e “catucada sem parar” têm duplo sentido: além de descreverem a dança sensual típica do funk, também sugerem flerte e desejo, elementos centrais nos bailes. A repetição de versos e a referência ao sample de “Tropa Das Sem Limite” reforçam a identidade coletiva do baile, onde todos se expressam sem restrições. A música celebra não só a diversão, mas também a coragem de ser autêntica e ocupar espaços antes marginalizados, homenageando figuras como Valesca Popozuda e Tati Quebra Barraco, que abriram caminho para a liberdade feminina no funk.