Ela Não Presta (part. MC PH)

Contradições e desejo em “Ela Não Presta (part. MC PH)”

“Ela Não Presta (part. MC PH)”, de MC Rick, retrata de forma direta o ambiente das festas, marcado pelo consumo de drogas, bebidas e relações casuais. A música não tenta romantizar esse universo, mas expõe suas dinâmicas sem filtros. A expressão repetida “ela não presta” mistura desejo e julgamento, mostrando que a atração pela mulher vem acompanhada de críticas à sua postura livre e descompromissada. Isso fica claro em versos como “ela é tão bonita, pena que quer todos da minha gangue”, que revelam tanto admiração quanto incômodo com a falta de exclusividade, refletindo um olhar contraditório sobre a liberdade sexual feminina.

O contexto do funk contemporâneo, frequentemente explorado por MC Rick, aparece nos detalhes do cenário: “mesa lotada de whisky”, “maconha, bebida, balinha, MD”. Esses elementos reforçam o clima de excessos e hedonismo. A mulher é descrita como “viciante” e “não vale”, termos que sugerem tanto desejo quanto perigo, reforçando a ideia de relações superficiais e passageiras. Frases como “só presta pra sentar, só presta pra chupar” evidenciam a objetificação, mas também mostram a dinâmica de poder e desejo que marca essas interações. O tom descontraído e o uso de gírias reforçam que tudo faz parte de um jogo social típico das festas, onde prazer, risco e superficialidade se misturam, sem espaço para julgamentos morais ou envolvimento emocional profundo.