Parado Na Esquina

Vivências e identidade periférica em “Parado Na Esquina”

Em “Parado Na Esquina”, MC Roba Cena retrata de forma direta o cotidiano dos jovens da Baixada Fluminense, especialmente a experiência de socializar nas esquinas antes de ir ao baile. O verso repetido “empina, empina, empina” destaca o ritmo envolvente do funk carioca e evidencia o olhar masculino sobre o corpo feminino, algo comum nos bailes e nas ruas da região. A menção à prática de “ficar parado na esquina” faz referência explícita à vivência real do artista, que costumava se reunir com amigos na esquina entre a Rua Cristal e a Rua Águas Marinhas para observar o movimento e as garotas que passavam.

A música adota um tom descontraído, refletindo o espírito de lazer e socialização típico da juventude periférica. Para esses jovens, a rua e a esquina são espaços de encontro, paquera e afirmação de identidade. Quando MC Roba Cena fala em “escoltar as meninas”, ele sugere tanto uma observação divertida quanto uma forma de marcar presença, sem necessariamente abordar diretamente as garotas. O sucesso da música, impulsionado pela coreografia de Ronaldinho Gaúcho, mostra como o funk carioca vai além da música, integrando-se à cultura popular e ao futebol. Assim, a esquina se torna símbolo de pertencimento, celebração coletiva e expressão da identidade local.