África

Referências históricas e orgulho negro em “África” de MC Soffia

Em “África”, MC Soffia utiliza referências diretas a figuras históricas como Nzinga de Angola, Anastácia, Carolina de Jesus e Dandara para construir uma ligação entre a ancestralidade africana e o empoderamento das mulheres negras no Brasil. Ao citar essas mulheres, a artista não apenas presta homenagem às suas trajetórias de resistência, mas também reivindica para si e para outras meninas negras o direito de se enxergarem como herdeiras desse legado de força e sabedoria. O trecho “Menina do cabelo Black / Nariz achatado / Na periferia eu mando meu recado” reforça o orgulho das características físicas negras, frequentemente alvo de preconceito, transformando-as em símbolos de identidade e resistência.

A música também aborda o contexto histórico do tráfico negreiro, como em “Navio Negreiro, não foi apagado”, mostrando que MC Soffia valoriza o conhecimento das raízes e das dores do passado como parte essencial da construção da autoestima negra. Além disso, ao mencionar “Bisas, Avós, minha mãe e minhas tias”, a artista destaca a importância da memória familiar, conectando a luta das grandes figuras históricas à vivência cotidiana das mulheres negras. Dessa forma, “África” transmite uma mensagem de orgulho, pertencimento e valorização da cultura afro-brasileira, incentivando o reconhecimento das origens e a celebração da própria história.