Acabou

Dor e denúncia social em “Acabou” expõem a violência urbana

Em “Acabou”, Mc Tom aborda de forma direta a dor de uma mãe que perde o filho para a violência urbana. A repetição do verso “não foi Deus que levou foi o homem que matou” deixa claro que a música rejeita a ideia de que a tragédia é resultado da vontade divina, responsabilizando explicitamente a ação humana e a violência das cidades pela morte do jovem. Esse posicionamento rompe com o consolo religioso tradicional, trazendo indignação e denúncia social sobre a banalização da morte nas periferias.

A letra destaca o potencial interrompido do jovem, como nos versos “O meu filho era um guerreiro, um jovem sonhador / Sonhava em ser um grande, um belo jogador”, mostrando como a violência destrói não só vidas, mas também sonhos e esperanças. O luto da mãe é retratado de forma crua, com ela ajoelhada no velório, orando e desabafando sua dor, o que reforça o peso emocional da perda e a falta de respostas fáceis. Ao responsabilizar “o homem” pela tragédia, Mc Tom convida à reflexão sobre a responsabilidade coletiva e a necessidade de enfrentar as causas da violência, rejeitando a resignação diante de fatalidades evitáveis.