Bem Longe de Magnata (part. MC Joãozinho VT, Borges e MC Vine 7)

Afirmação periférica e ostentação em “Bem Longe de Magnata”

“Bem Longe de Magnata”, de MC Tuto com MC Joãozinho VT, Borges e MC Vine 7, vai além da simples exaltação do luxo e das festas. A música usa a ostentação como símbolo de conquista e superação para jovens da periferia, que enfrentam exclusão social. O refrão, centrado em carros importados e gastos com festas, representa não só vaidade, mas também uma resposta à busca por respeito e reconhecimento. Isso fica claro em versos como “É nata do menor, nóis chega pisando enjoado” e “Menor sobrevivente da guerra gasta na LV sem pena”, mostrando que o consumo é uma forma de afirmar vitória sobre as dificuldades do cotidiano.

A letra faz questão de diferenciar os artistas dos “magnatas” tradicionais, destacando que seu poder vem da rua e não das elites. Logo no início, MC Tuto afirma: “Bem longe de magnata, que é os menino do torro”, reforçando a identidade periférica. O uso de gírias e referências a bairros do Rio de Janeiro e São Paulo aproxima a música da realidade urbana dos artistas. Além disso, há duplos sentidos em expressões como “fazer fumaça”, que pode se referir tanto ao uso de drogas quanto ao clima das festas, e nas descrições de sexo, que misturam desejo, poder e ostentação. A música celebra o prazer e a liberdade conquistados, mas também mantém um olhar crítico sobre o sistema e a mídia, como resume Chefin: “Foda-se a mídia e o sistema por que ele nunca deu nada pra nóis”.