ESQUADROS 2 (part. Adriana Calcanhotto)

Solidão e busca por conexão em “ESQUADROS 2 (part. Adriana Calcanhotto)”

Em “ESQUADROS 2 (part. Adriana Calcanhotto)”, Xamã retoma e expande o universo da canção “Esquadros”, de Adriana Calcanhotto, explorando a sensação de distanciamento e a dificuldade de se conectar com o mundo. A repetição de imagens como “janelas” e “remoto controle” reforça a ideia de alguém que observa a vida de fora, sem conseguir participar plenamente. Esse sentimento aparece de forma clara no verso “Meu amor, cadê você? Eu acordei e não tem ninguém ao lado”, que expressa solidão e a busca por sentido em meio ao cotidiano urbano.

A música traz diversas referências culturais, como Pink Floyd, Tarantino, Freud e Van Gogh, que simbolizam a complexidade emocional do narrador. Pink Floyd e Tarantino remetem a universos de psicodelia e violência estilizada, enquanto Freud e Van Gogh evocam introspecção e instabilidade emocional. O verso “Sou filho de Deus do caos e Afrodite” mistura espiritualidade, desordem e desejo, refletindo uma identidade fragmentada, em sintonia com o título do álbum, “FRAGMENTADO”. O uso de gírias e cenas do dia a dia, como “Fumador de ponta, ladrão de bic” e “Sábado e domingo eu jogo bola e solto o pipa”, aproxima a narrativa da realidade urbana e revela a vulnerabilidade de quem tenta se encaixar, mas não se sente parte do todo.

A fusão entre rap e MPB amplia o alcance emocional da faixa, tornando “ESQUADROS 2” um retrato sensível da insegurança, da solidão e do desejo de conexão em um mundo cada vez mais fragmentado.