Peixes (part. Portugal no Beat e Xavi)

Astrologia e cotidiano carioca em “Peixes (part. Portugal no Beat e Xavi)”

“Peixes (part. Portugal no Beat e Xavi)”, de Xamã, destaca-se pela mistura de referências do cotidiano do Rio de Janeiro com elementos do universo astrológico e da cultura pop. O título e vários trechos da letra fazem alusão ao signo de Peixes, conhecido por sua sensibilidade, dualidade e tendência ao escapismo. Isso aparece tanto na atmosfera relaxada da música quanto nas situações de confusão e desencontro amoroso. O verso “Olho de peixe morto, mas se vir, se ferra” brinca com a imagem de alguém aparentemente desligado, mas que pode surpreender, reforçando o estereótipo pisciano de calma e reações inesperadas.

As menções a bairros como Rocinha, Padre Miguel, Bangu, Mangueira e Sepetiba conectam a narrativa à vivência real de Xamã no Rio, trazendo autenticidade e senso de pertencimento. O artista também insere referências culturais como “Mad Max” e “Black Jesus Christ”, mostrando sua habilidade de misturar o global com o local, o sagrado com o profano, além de humor e crítica social. O trecho “O mundo tá acabando, meu amor, que porra é essa?” expressa uma visão caótica e desencantada da realidade, enquanto a repetição de “Sereia mais doida do mar” reforça a ideia de mulheres livres, misteriosas e imprevisíveis, associadas ao universo aquático de Peixes. A música transita entre romance, diversão e reflexão sobre a vida urbana, com linguagem descontraída e cheia de gírias, refletindo o espírito do álbum “Zodíaco” e a identidade de Xamã.