Confetes e Serpentinas

A Luta Diária e a Resiliência em 'Confetes e Serpentinas' de Medulla

A música 'Confetes e Serpentinas' da banda Medulla é uma reflexão poética sobre a vida cotidiana e as dificuldades enfrentadas pelas pessoas comuns. A letra começa descrevendo a ladeira como uma frigideira, uma metáfora para o calor e a dificuldade do caminho. A figura da lavadeira que resiste ao fogo simboliza a resiliência das pessoas que, apesar das adversidades, continuam lutando. Maria, que teima e regenera a seiva, representa a força e a persistência feminina. A marmita com arroz, feijão e ovo é um símbolo da simplicidade e da luta diária para sobreviver, enquanto o bilhete de loteria representa a esperança de dias melhores.

A repetição da frase 'ser pedra é fácil, quero ver ser a vidraça' destaca a ideia de que é fácil criticar ou julgar, mas difícil é estar na posição vulnerável, exposto aos desafios e dificuldades. A música também aborda a fé e a espiritualidade, com o profeta cego que pede e prega, e a expressão 'Deus lhe abençoe' que aparece em diferentes contextos, mostrando a busca por proteção e bênçãos no cotidiano. Atravessar o compasso descalço sem olhar para o lado simboliza a necessidade de seguir em frente, mesmo quando a jornada é árdua e solitária.

A letra também menciona elementos do cotidiano urbano, como a britadeira, o asfalto, o chocalho de moedas e o jantar à luz de vela, que pintam um quadro da vida nas cidades. A repetição do refrão reforça a mensagem central da música: a vida é cheia de desafios e só quem vive essas dificuldades pode realmente compreendê-las. 'Confetes e Serpentinas' é uma celebração da resiliência humana e uma crítica à superficialidade das aparências, convidando o ouvinte a refletir sobre a verdadeira essência da vida e das lutas diárias.