Andarilha

Reflexões sobre autodescoberta e solidão em “Andarilha”

A música “Andarilha”, de Medusa (Rap), aborda de forma direta a busca por autoconhecimento em meio à solidão e à incerteza dos relacionamentos. No verso “Tava andando de quebrada só pra me acalmar”, a artista mostra como o simples ato de caminhar pelo bairro serve para aliviar a mente, enquanto questiona a utilidade do celular quando não há contato significativo, reforçando o sentimento de isolamento. A frase “vai que eu encontro rumo na vida, nessa letra e nas batida'” conecta o processo criativo à esperança de encontrar sentido, mostrando que a arte é tanto um refúgio quanto uma ferramenta de autodescoberta.

A letra também destaca a dificuldade de se conectar com o outro, como em “Mas eu acabei tão perdida que até achei que a vida era pique um labirinto, mas sem saída”. As referências ao número sete – “nadei por sete mares”, “trancou o coração a sete chaves”, “sete maravilhas do mundo”, “sete pecados capitais” – funcionam como metáforas para a intensidade e a complexidade das experiências da artista, sugerindo uma busca quase mítica por completude. O tom descontraído e reflexivo aparece quando ela reconhece as imperfeições de todos e propõe criar um laço verdadeiro: “Mas sei que ninguém é perfeito, então bora, já tá feito, vamo' criar esse laço pra não se soltar”. No fim, “Andarilha” fala sobre aceitar a própria jornada, valorizar pequenas conexões e encontrar sentido mesmo nos momentos de incerteza.