Set The World Afire

Crítica à Guerra Fria e destruição em “Set The World Afire”

Em “Set The World Afire”, o Megadeth faz uma crítica direta ao clima de tensão e insegurança da Guerra Fria. A introdução irônica, com o trecho “I Don’t Want to Set the World on Fire” (Eu não quero incendiar o mundo), contrasta com a letra agressiva e pessimista, destacando a ilusão de paz em meio à ameaça nuclear. Dave Mustaine compôs a música logo após sair do Metallica, inspirado por um panfleto sobre armas nucleares, o que reforça o tom de alerta sobre o risco real de aniquilação global nos anos 1980. Versos como “Red flash, clouds choking out the morning sky” (Clarão vermelho, nuvens sufocando o céu da manhã) e “All forms of life die now, humans all succumb” (Todas as formas de vida morrem agora, todos os humanos sucumbem) ilustram um cenário pós-apocalíptico, onde a humanidade é vítima de sua própria busca por poder.

A letra também faz referência ao termo “arsenal of Megadeth”, ligado ao conceito de “megadeath” — um milhão de mortes causadas por armas nucleares —, que inspirou o nome da banda e reforça o tema central da música. O verso “Racing for power and all come in last / No winning first stone cast” (Correndo por poder e todos chegam por último / Nenhuma pedra vencedora é lançada primeiro) critica a corrida armamentista e a futilidade dessa disputa. A menção à frase atribuída a Einstein, “We’ll use rocks on the other side” (Vamos usar pedras do outro lado), sugere que uma guerra nuclear levaria a humanidade de volta à barbárie. Assim, a música serve como um alerta sombrio sobre as consequências irreversíveis da busca desenfreada por poder e da falsa sensação de controle sobre o futuro coletivo.