B.A.S. (feat. Kyle Richh)

Dinâmica de poder e honestidade em "B.A.S. (feat. Kyle Richh)"

Em "B.A.S. (feat. Kyle Richh)", Megan Thee Stallion aborda de forma direta a hipocrisia e o jogo de aparências presentes em relações casuais. A repetição do verso “He lyin' to me and I'm lyin' to him / Fuck it, guess we both ain't shit” (“Ele mente pra mim e eu minto pra ele / Dane-se, acho que nenhum de nós presta”) expõe a honestidade brutal sobre a falta de sinceridade e o desinteresse em mudar esse padrão. Megan assume uma postura de autonomia e poder, deixando claro que não se prende a rótulos ou expectativas tradicionais. Isso fica evidente quando ela diz “That ain't my bae, he really more like my bidet” (“Esse não é meu namorado, ele é mais como meu bidê”), reduzindo o parceiro a um papel funcional e descartável, invertendo a lógica machista comum no rap.

A participação de Kyle Richh, trazendo o contexto do drill nova-iorquino, reforça a frieza e a falta de compromisso, enquanto ambos os artistas expõem a dinâmica de traição mútua e desinteresse em vínculos profundos. O uso do sample de “Out On A Limb” de Teena Marie adiciona um toque nostálgico, criando contraste com a dureza do tema e sugerindo que, apesar da superficialidade, existe uma busca velada por algo mais autêntico. A música escancara a superficialidade e o jogo de poder nas relações modernas, sem romantizar ou suavizar as falhas de cada um.